terça-feira, 9 de outubro de 2012

Primavera Árabe


Olá alunos,

Como combinamos vou postar aqui no blog informações sobre a chamada Primavera Árabe. O mapa acima faz referência à situação da região conflagrada. O texto a seguir localiza basicamente os acontecimentos. Não deixe de assistir o vídeo indicado no final deste post.

Em dezembro de 2010, um jovem tunisiano desempregado, Mohamed Bouazizi, ateou fogo a si mesmo em protesto contra o desemprego, após ser impedido pela polícia de trabalhar na rua no mercado informal.  Sua morte provocou uma série de tumultos que acabaram por se transformar em uma revolução popular contra o governo.

A Primavera Árabe pode ser definida como uma onda de revoltas populares que, desde dezembro de 2010, está transformando o cenário político do chamado Mundo Árabe, reivindicando democracia e participação política.

Ninguém antecipou a velocidade e a escalada da mudança na região. Ninguém intuiu, previu ou imaginou tais acontecimentos. Tampouco essas mudanças foram promovidas pelos grupos prováveis – não foram os islâmicos, os comunistas ou qualquer outro bloco organizado quem liderou os protestos.
A revolução na Tunísia foi operada por pessoas comuns e foi resultado da profunda distância existente entre os tunisianos e egípcios e seus respectivos governos. As revoltas foram motivadas pela pobreza e pela ausência de qualquer real perspectiva de mudança dentro do Estado de Direito. As pessoas utilizaram telefones celulares, mensagens de texto, aplicações de mídia social e a internet para chamar o povo às ruas para protestar.
A falta de mobilidade e a aparente estagnação social do Mundo Árabe vinham ocultando alterações significativas e até dinâmicas, que estavam sendo apontadas nos relatórios de Desenvolvimento Humano do PNUD:
- mais da metade da população do Mundo Árabe tem menos de 25 anos;
- a maioria da população tem poucas perspectivas de emprego e pouca participação na vida política, dominada por elites corruptas, de idade avançada e extremamente conservadoras;
- houve uma profunda alteração na composição das atividades econômicas, causando rápida urbanização;
- os níveis educacionais vêm subindo rapidamente, e mais pessoas estão se formando nas universidades;
- 86% dos egípcios passaram a ter acesso à televisão e 90% a telefones celulares;
- Os meios de comunicação estavam sobre controle estatal até o surgimento da Al Jazeera – um canal de transmissão via satélite sediado no Qatar;
                                                                Charge do cartunista carioca Carlos Latuff.
Mas o verdadeiro catalisador das revoltas foi o surgimento das mídias digitais combinadas com o uso onipresente de telefones celulares, câmeras digitais, postagens em blogs e aplicativos como o Facebook.
As mídias sociais, por si sós, não produziram a revolução árabe, mas funcionaram como veículos das mudanças. A combinação entre as mídias digitais e tradicionais (televisão, rádio e jornais) se mostrou letal para os regimes concentradores de poder.
A Al Jazeera, por ser uma canal de notícias 24 horas de língua árabe, que atinge 40 milhões de pessoas, coletava e organizava o conteúdo bruto e imediato que os cidadãos vinham compartilhando em todos os países e disponibilizava todo esse conteúdo para telespectadores da maneira mais rápida possível. Sua cobertura da revolução permitiu que pessoas que não tinham acesso a computadores vissem, também, o conteúdo digital produzido pelos seus vizinhos e conterrâneos.
As mídias tradicionais trabalharam em conjunto com as digitais, páginas do Facebook que informavam os horários e datas dos protestos no Cairo eram impressas e distribuídas de mão em mão entre os egípcios, para mobilizar aqueles sem acesso à internet. O link abaixo é de um documentário produzido pela TV Cultura que apresenta um bom panorama dos acontecimentos.
Clica e vai!
 
 


Um comentário:

Anônimo disse...

Achei a primeira parte do texto sobre a primavera árabe, muito interessante porque eu nunca tinha visto um acontecimento histórico estudado por nós tão recente, e é muito interessante ver o poder da internet e meios de comunicação neste movimento, como se tornou em proporções maiores quando se espalhou pela internet, agindo como o fermento da revolta.

Achei que o comentário proposto pelo professor no vídeo é uma discussão muito complexa: de a democracia ser um valor universal, que salvo algumas diferenças, todos de qualquer parte mundo lutam por ela, e os árabes não são exceção. Como a ação de um cidadão como qualquer outro pode fazer com que milhões de pessoas criem coragem para se rebelar contra as autoridades e descobrirem como a união faz a força.

Obrigada por disponibilizar a informação estou indo para a parte 2.

Isabella Ruivo 7 ano E