segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Conselho Indigenista Missionário (CIMI)


Olá meninos e meninas,


Por conta dos nossos estudos sobre as populações indígenas no Brasil, reproduzo aqui um texto do CIMI, sobre o apoio dos Kaiowá Guarani à causa da demarcação das terras da Raposa Serra do Sol, em Roraima.


E para quem quiser saber mais sobre o CIMI ou sobre questões relativas às lutas dos povos indígenas e o papel da Igreja Católica nesta luta é só acessar http://www.cimi.org.br/ - clica e vai!


26/08/2008 - 15:04 - Dos Kaiowá Guarani do Mato Grosso do Sul
Carta de apoio aos parentes da Raposa Serra do Sol – Roraima

UNIDOS PELO SOFRIMENTO, LUTA E ESPERANÇA

Se mais de três mil quilômetros nos separam, mais de cinco séculos de resistência nos unem. Se fronteiras e violências dividiram nossos povos, sentimentos de pertença a uma nova pátria foram nos aproximando.

E hoje estamos fortemente unidos na luta pela terra e na esperança de que se faça justiça nesse país tão grande que, como disse nosso grande líder Marçal Tupã’y ao Papa João Paulo II, em Manaus , foi nosso e nos foi tomado. E poucos dias antes ele numa Assembléia Indígena em Brasília ele dizia o que se torna muito atual em nossa luta de hoje “Tenho muito amor ao que é nosso. Deixo um pedido, há pouco ouvi um grupo de Roraima cantando na sua língua. Faça o favor não perca a língua, a tradição. Não troquem por língua estranha. Não troquem a nossa vida da aldeia pela vida da cidade.Hoje estamos no fim de nossa assembléia. O problema de um é de todos. Um dia faremos o ‘V’ da vitória...Seremos vitoriosos” (julho 1980). Vão fazer 25 anos que assassinaram Marçal. Seu grito de vida e vitória continuam a nos unir. Continuamos lutando contra os mesmos inimigos. Alimentamos a mesma esperança.

Durante mais de trinta anos vocês lutaram para ter parte de vossas terras de volta. Nesse tempo também tomaram a quase totalidade de nossas terras. Mataram muitas das nossas lideranças. Hoje estamos confinados, como que presos e cercados por todos os lados. Mas agora também começamos a ver a possibilidade de ter parte de nossos tekoha, terras tradicionais, de volta. Mataram muitos dos nossos parentes. Mas nasceram muito mais. Hoje somos mais de quarenta mil Kaiowá Guarani no Mato Grosso do Sul.

Queremos estar com vocês nesse dia de uma decisão importante sobre vossa terra Raposa Serra do Sol. Esperamos que finalmente a vossa terra seja livre e possam viver nela na paz, solidariedade e alegria. Temos a certeza de que também podemos contar com o apoio de vocês na luta por nossa terra, vida com dignidade.

Dourados, 26 de agosto de 2008.

Comissão de Direitos Kaiowá Guarani
Campanha Povo Guarani um Grande Povo


quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Ainda a questão da terra!




Índios só deixam rodovia após demarcação de terras


25/09/2009


O cacique José Barbosa de Almeida, o Zezinho, líder dos guarani-kaiowá acampados às margens da BR-163, em Rio Brilhante, afirmou nesta sexta-feira, por telefone, que as 36 famílias despejadas da fazenda Santo Antonio de Nova Esperança não vão deixar o local. "Não vamos sair. Vamos ficar na beira da estrada e esperar os estudos antropológicos. Aqui [na rodovia] ninguém pode botar a mão em nós (sic)", afirmou Zezinho.Ele acusou os fazendeiros de adotar "o jogo da pressão" contra os índios e garantiu que os guarani-kaiowá não pensam em ocupar outras áreas. "Não vamos ocupar nenhuma fazenda. Queremos a nossa terra, mas só vamos entrar após a demarcação, acompanhados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal", declarou o cacique."Tudo isso é um jogo. Os dois lados jogam, mas nós estamos fazendo o jogo limpo. Quem não faz jogo limpo são os fazendeiros", acusou José Almeida.




Autor: Helio de FreitasFonte: Campo Grande News - http://www.campogrande.news.com.br/canais/view/?canal=8&id=267547