segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012


Os Quatro Evangelistas - Iluminura do ano de 820, Catedral de Aachen, Alemanha.

Olá meninas e meninos de 2012. Sejam bem vindos ao blog de história!

Estamos aqui para desconstruir o mito da Idade Média como sendo a “Idade das Trevas”. Se ela foi uma noite, então foi a mais resplandecente! 
Como vimos em nossas aulas, houve uma estreita relação entre Carlos Magno e a Igreja no ocidente europeu. Veja que a imagem acima faz referência ao trabalho de escrita dos evangelhos (para ver a imagem em tamanho maior clique sobre a mesma). A cultura clerical foi muito importante no movimento que ficou conhecido como Renascimento Carolíngio. E não estou falando apenas da hagiografia.

Este texto intenciona mostrar que Carlos Magno queria fazer com que a sabedoria necessária à compreensão das Sagradas Escrituras não fosse muito inferior à que deveria ser. Melhorar o nível dos cléricos significava para a Igreja oferecer serviços religiosos mais elevados e para o Império, servidores administrativos mais eficientes. Por isso, o movimento era concentrado nas escolas monásticas e numa escola criada no próprio palácio imperial.

Diante de seus objetivos, o ponto forte deste movimento não era criar, mas redescobrir, adaptar, copiar, por isso já se disse que a Renascença Carolíngia, ao invés de semear, entesoura!

Cada mosteiro, com a preocupação de ter um exemplar de determinadas obras consideradas básicas, mantinha copistas que mesmo de forma demorada e custosa trabalhavam para formar suas bibliotecas. Avanços na forma da escrita também aconteceram: houve a busca de uma caligrafia mais prática, cursiva, que implicasse em menos detalhes, o que resultou no tipo de letra utilizada até hoje e chamada minúscula carolíngia, criada no mosteiro de Saint-Martin de Tours.

Com muito esforço a Igreja organizou diversos reservatórios de cultura intelectual, pois quase toda igreja de importância média tinha alguma coisa entre 200 e 300 livros. Pode-se dizer que, nos séculos seguintes ao Renascimento Carolíngio, estes acervos foram a fonte na qual a intelectualidade buscou saciar-se.

A história é filha de seu tempo, por isso cada época tem sua Grécia, sua Idade Média e seu Renascimento.

Este início de conversa e este lugar de diálogo pode (e precisa!) ser utilizado para que o conteúdo fique mais claro para vocês.

Para isso, perguntem. Tirem suas dúvidas e façam comentários. O blog é um espaço de diálogo, de reflexão e de aprendizado para todos nós. Espero que aqui tenhamos bons encontros...

Abraço!

Texto adaptado do livro “Idade Média. O nascimento do Ocidente”, do prof. Hilário Franco Júnior – Editora Brasiliense, 2006.