segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O lucro vem da escravidão ou do tráfico?


Olá meninos e meninas,

Apresento para vocês o historiador que deu a aula inaugural do curso de história quando fui aluno, na Universidade de São Paulo: Fernando Novais. Ele nos é muito útil aqui, devido à sua tese sobre a escravidão e o tráfico negreiro no Brasil. No texto abaixo ele identifica um sentido, quer dizer, um objetivo muito claro para o esforço de Portugal em manter o Brasil como sua colônia. Vamos ler:

" O regime do comércio colonial – isto é, o exclusivo metropolitano no comércio colonial – constituiu-se, ao longo dos séculos XVI, XVII e XVIII, no mecanismo através do qual se processava a apropriação por parte dos mercadores das metrópoles, dos lucros excedentes gerados nas economias coloniais: assim, pois, o sistema colonial em funcionamento, configurava uma peça da acumulação primitiva de capitais nos quadros do desenvolvimento do capitalismo mercantil europeu. " (Fernando Novais, “Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial”. São Paulo: Editora Hucitec, 1979, p. 92).


Para Novais, não é a instituição escravidão que explica o surgimento do tráfico negreiro, ao contrário, é o fato de o tráfico negreiro também contribuir para a acumulação primitiva de capital que explica o fato de se ter optado pela mão-de-obra escrava africana.

A ilustração acima, escaneada do livro "A escravidão do Brasil" do historiador Júlio Quevedo, da PUC-RS, ajuda a entender o grande fluxo de escravos da África para as Américas. Se estiver difícil visualizar a imagem, clique sobre ela para ver em tamanho maior.

É isso. Espero que esta sua visita ao blog tenha sido uma experiência útil para o entendimento de questões que estamos trabalhando também na sala de aula.

Abraço!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Hans Staden



Hans Staden nasceu em uma província prussiana, por volta de 1520. Participou como artilheiro de duas viagens ao Brasil. Staden atravessou o Atlântico no navio comandado pelo capitão Penteado, participou de batalhas contra os franceses e voltou a Lisboa em 1548.
Numa segunda viagem, em 1549, rumo ao Rio da Prata, região onde se supunha haver ouro, naufragou no litoral de Itanhaém.
Salvo, atuaria na guerra portuguesa contra os tupinanbás, pois sabia manejar canhões. Em busca de caça na floresta, foi capturado pelos tupinambás. Como de costume, seria morto e devorado em um ritual antropofágico.
No entanto, Staden declarou-se alemão, depois amigo e parente dos franceses, e finalmente como francês e inimigo dos portugueses. Sua barba ruiva era um álibi, pois os portugueses tinham barba preta.
O prisioneiro ainda demonstrou aos captores que o Deus cristão era poderoso, capaz de provocar chuvas e castigar. Staden se protegeu com estratégias que o transformaram em senhor dos tupinambás, quando na verdade era escravo!
Um capitão francês resgatou Hans Staden, em 1550. As aventuras de Staden foram publicadas em livro que se tornou um sucesso editorial, além de orientar muitas pesquisas sobre os costumes dos Tupinambás.

Adaptado do "Dicionário do Brasil Colonial", Ronaldo Vainfas. Rio de Janeiro, Editora Objetiva, 2000. (pág.278)

Gostou da história? Você pode pesquisar, aqui mesmo na web, sobre o livro "Duas viagens ao Brasil" e saber mais sobre Hans Staden. Uma boa dica é este site sobre quadrinhos, pois há também uma edição em HQ: http://www.bigorna.net/index.php?secao=artigos&id=1140139785

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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Novidades da arqueologia sobre os Sambaquis



Ao estudar os tupinambás e os guarani, soubemos que eles talvez tenham escravizado ou simplesmente expulsado do litoral os homens dos Sambaquis. Na edição especial de outubro de 2010, a Revista de História da Biblioteca Nacional publicou novidades de uma pesquisa realizada no litoral sul de Santa Catarina, nas cidades de Laguna, Tubarão e Jaguaruna. Na foto ao lado, o arqueólogo analisa o perfil do sambaqui do Mato Alto, em Tubarão (SC).
Segundo a pesquisa, os povos sambaquieiros eram sedentários, e não nômades, como se pensava. Os montes de conchas, significado de sambaqui em tupi-guarani, tinham função funerária e o acúmulo de conchas propiciava melhor preservação de restos orgânicos.
Além da função funerária, os sambaquis serviam como marco territorial. Estes novos estudos rompem, segundo o professor Paulo Dantas BeBlasis, coordenador da pesquisa, com uma visão limitada que identificava os sambaquis como restos de acampamentos sucessivos, ou mesmo como lixões pré-históricos.

Se você quiser saber mais sobre este tema e outros relacionados à história, visite o site: http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/
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