quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Ler é mais importante do que estudar


Reproduzo aqui (feliz da vida!) um texto do blog do Ziraldo:

É possível que eu vá ser repetitivo, mas vamos lá. Já devo ter dito aqui a frase que repito pelo país: ler é mais importante do que estudar. Olha ai: a gente tem que ter muito cuidado com o que diz quando diz uma coisa que pode ser ouvida por muita gente. Há quase trinta anos que tenho andado por este país – que nem o velho Luiz Gonzaga – falando para professores e crianças nas salas de aula e nos auditórios de escolas públicas e privadas. Desde 1980, quando o "Menino Maluquinho" apareceu.

Tenho deitado a maior falação sobre os problemas do ensino fundamental no Brasil. Aí, uma professora vem e me escreve: “Você precisa ter cuidado com o que diz quando diz uma coisa que pode ser ouvida por muita gente”. E continuou: “Por exemplo, você me diz que ler é mais importante do que estudar. Como é que eu faço? Se eles ficarem parados no tempo, a culpa vai ser sua”.

A minha frase, professora, é uma frase de efeito. Foi feita para despertar as pessoas para a questão da leitura no ensino básico, uma frase feita para inquietar, mesmo. Com um detalhe: ela não precisa explicação, meu Deus! Como é que um menino pode estudar se ele não sabe ler, não é capaz de entender um texto, não consegue se expressar escrevendo? É o impasse filosófico do ovo e da galinha: qual dos dois é mais importante? Parece-me que a resposta é óbvia, não?

Estou voltando a falar sobre as questões do ensino porque me parece que, no meio de tantas notícias graves, uma permanece me deixando muito preocupado. Só pode parecer menos grave porque está longe da idéia imediata de morte. Sua gravidade, contudo, é intensa para o país: nossas crianças não sabem ler. Aliás, ninguém sabe ler nesse país!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A Reforma de Lutero

Começamos a semana tratando de um tema novo: a Reforma. Trago aqui um velho conhecido meu. É o texto da Ana Carolina Davoli, aluna do 7º ano de 2008. Por ter sido muito útil, vale aqui um repeteco!

A grande Revolta

"O monge Martinho Lutero não concordava com alguns pontos da Igreja. Ele elaborou 95 teses denunciando suas irregularidades. O movimento de reformas religiosas teve início no Sacro Império Romano Germânico. Entre os séculos XIV e XVI, o imperador costumava se proclamar “chefe de todos os cristãos”. Contudo, sua autoridade era restrita, pois os príncipes e bispos controlavam o poder local.

Lutero acreditava que poderia existir um mundo onde todos tivessem os mesmos direitos e condições; onde as pessoas pudessem participar dos cultos e fazer suas próprias leituras;

Muitos religiosos viviam no luxo e exploravam as crenças dos fiéis. Vendiam relíquias e indulgências com a promessa de diminuir o tempo de permanência das pessoas no purgatório. Lutero sabia que a Igreja podia melhorar e acreditava nela.

A Reforma Católica é um movimento de reação ao protestantismo. Ela precisava auto-reformar-se ou não sobreviveria. Para isso fizeram o Concílio de Trento, com a intenção de manter certo poder sobre os católicos."

Tente agora você arriscar umas palavras. Você diria que o texto dá conta de explicar tudo sobre a Reforma? O que há mais para dizer sobre este processo histórico? Você pode explicar, por exemplo, um dos termos ou expressões que aparecem em negrito.

Abraço!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O Resnascimento e a Língua Portuguesa

Um dia, o idioma de Luís de Camões saiu da Península Ibérica e se esparramou pelo mundo, inclusive por metade da América do Sul. Até aqui, já envolveu cerca de 230 milhões de pessoas em quatro continentes abrangendo vários países: Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Timor-Leste.

A última flor do Lácio, como Olavo Bilac referiu-se à lingua, é uma espécie de documento vivo, vibrante e mestiço da história. Seu percurso começa no Império Romano, passando depois pela Universidade de Coimbra, pelas grandes navegações e pela aventura moderna que conectou Europa, América e África.

O português é uma das línguas neolatinas, como o italiano, o espanhol, o romeno e o francês - as filhas orgulhosas do velho latim (...) que era falado nos primeiros séculos depois de Cristo por soldados romanos, camponeses, comerciantes, e foi adotado pela Igreja. Isto ajudou a consolidar os idiomas neolatinos. O Latim emprestou a estes idiomas palavras e expressões eruditas a escritores a partir do século XIV. Já havia então Dante Alighieri escrevendo em italiano, Luís de Camões em português e Miguel de Cervantes em Castelhano.

O Renascimento, apesar de todo o culto à Antiguidade clássica, foi um verdadeiro viveiro de línguas, selando o destino do latim, que - como estrela morta - continuou a brilhar na noite dos tempos através das suas filhas, as línguas neolatinas.

Este texto foi adaptado de "A mestiça e vibrante filha do latim", de autoria de Alberto Luiz Schneider (doutor em história pela Unicamp), e foi publicado na revista História Viva, n° 70, edição que está nas bancas este mês.

O artigo na íntegra tem também uma "linha do tempo" da língua portuguesa, desde sua oficialização como língua de Portugal, em 1279, até o acordo ortográfico de 2009. Vale conferir!

Abraço e bons trabalhos sobre o Renascimento...