quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O Resnascimento e a Língua Portuguesa

Um dia, o idioma de Luís de Camões saiu da Península Ibérica e se esparramou pelo mundo, inclusive por metade da América do Sul. Até aqui, já envolveu cerca de 230 milhões de pessoas em quatro continentes abrangendo vários países: Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Timor-Leste.

A última flor do Lácio, como Olavo Bilac referiu-se à lingua, é uma espécie de documento vivo, vibrante e mestiço da história. Seu percurso começa no Império Romano, passando depois pela Universidade de Coimbra, pelas grandes navegações e pela aventura moderna que conectou Europa, América e África.

O português é uma das línguas neolatinas, como o italiano, o espanhol, o romeno e o francês - as filhas orgulhosas do velho latim (...) que era falado nos primeiros séculos depois de Cristo por soldados romanos, camponeses, comerciantes, e foi adotado pela Igreja. Isto ajudou a consolidar os idiomas neolatinos. O Latim emprestou a estes idiomas palavras e expressões eruditas a escritores a partir do século XIV. Já havia então Dante Alighieri escrevendo em italiano, Luís de Camões em português e Miguel de Cervantes em Castelhano.

O Renascimento, apesar de todo o culto à Antiguidade clássica, foi um verdadeiro viveiro de línguas, selando o destino do latim, que - como estrela morta - continuou a brilhar na noite dos tempos através das suas filhas, as línguas neolatinas.

Este texto foi adaptado de "A mestiça e vibrante filha do latim", de autoria de Alberto Luiz Schneider (doutor em história pela Unicamp), e foi publicado na revista História Viva, n° 70, edição que está nas bancas este mês.

O artigo na íntegra tem também uma "linha do tempo" da língua portuguesa, desde sua oficialização como língua de Portugal, em 1279, até o acordo ortográfico de 2009. Vale conferir!

Abraço e bons trabalhos sobre o Renascimento...

11 comentários:

^~~^~~THIAGO~~~^~~~^ disse...

eaw helio adorei esse post gostei mesmo continue escrevendo posts bem legais como esses

João Pedro 7° C disse...

Hélio,
Gstaria de saber se as mudanças na vida social e cultural na Europa e no mundo ocorridas no Renascimento foram reprimidas na época. Imagino que sim, já que a Igreja e A Monarquia temia ( ou pelo menos deveria temer) uma revolução cultural que acabasse por se opor aos valores tradicionais da época.
grandes mestres da literatura, arte, política, trabalharam em pról de uma revolução cultural como essa. Mas que outros modos eles tinham de fazer com que suas mensagens chegassem ao povo, que não tinha contato com muitas obras artísticas?
Como eles fizeram para fazer com queo povo se desse conta de tudo o que estava acontecendo atrás dos muros dos palácios e mansões?

Helio de Moraes, Professor de história. disse...

Há em toda a Europa um grande entusiasmo com relação ao Renascimento. O impulso intelectual dado neste momento é incontrolável. Além disso, muitos artistas trabalhavam para o clero e para os monarcas. Na Itália, por exemplo, os papas JúlioII (1503-1513) e Leão X (1513-1521) eram patrocinadores de artistas e escritores.
Sobre as formas de expressão do renascimento, é preciso lembrar que este é o tempo de Ariosto, Maquiavel, Donatello, Botticelli, Da Vinci, Rafael, Michelangelo, Albert Dürer, Erasmo de Rotredã, Thomas Morus, Shakespeare, entre outros.
Sobre o movimento artístico atingir o povo em geral, gosto de lembrar de um professor de Idade Moderna que tive na faculdade (Modesto Florenzano), que dizia que o Renascimento foi um ensaio para o Iluminismo - movimento do século XVIII que coloca em prática muitas idéias geradas no Renascimento. Desconfio que você vai gostar muito de estudar o dezoito...

Abraço João!
Obrigado pelo comentário!

Helio.

Anônimo disse...

Oi Hélio,
Estava aqui navegando quando lembrei de dar uma olhadinha no blog.Ele está muito bom,pois há muitas informaçoes importantes,que todos nós alunos conseguimos compreender,interpretar e comentar sobre elas.
Mas o que eu realmente queria saber,é se é verdade que o renascimento é divido em tres periodos...Quais são eles?O que você pensa sobre fazer este tipo de divisão(já que como conversei com vc na sala há históriadores que nao concordam com essa maneira de ver os periodos da historia)

Aguardo sua resposta...
Vivian ^^

Helio de Moraes, Professor de história. disse...

Olá Vivian,

Depende de por "onde" você pega o Renascimento, já que ele não é um, mas muitos, como afirma o historiador Nicolau Sevcenko naquele livro que trabalhamos semana passada na biblioteca "O Renascimento" da editora Atual, lembra?
Na arquitetura esta divisão é bem marcada nos séculos XIV, XV e XVI. Nas outras áreas culturais nem tanto. Além disso, há também o Renascimento Comercial e o Urbano.
Portanto é difícil bater o martelo e dizer que o Renascimento tem um começo, um meio e um fim. Ele está certamente conectado a outros processos históricos e, de certa maneira, desemboca no Iluminismo do século dezoito.
Mais importante que a periodização pode ser procurar identificar seus movimentos, o que ele transforma em cada sociedade na qual ocorre, já que como vimos há muita variação de intensidade no Renascimento de acordo com as condições materiais e a bagagem cultural de cada lugar onde ele se expressa.

Valeu!? Abraço!!

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

Valeu Helio,gostei mesmo da resposta...Ficou muito legal obrigada ^^

Nao abandone o blog nao!acho muito interesaante debater assuntos aqui,as vezes nem dá pra perguntar muito na aula...

Um abraço
Vivian

Anônimo disse...

*Obrigada pela resposta Helio,estou muito satisfeita!Não deixe o blog de lado ,é um recurso muito bom pra tirar as duvidas e debater assuntos...

Um abraço

Vivian ^^

Carla Pari 7º ano D disse...

Oi helio,seu post nos ajudou bastante no nosso trabalho,obrigada.