Olá alunos,
O texto abaixo, é resultado de um exercício que pretendeu utilizar fatos históricos para a produção de uma narrativa ficcional sobre a época das Grandes Navegações. A produção não sofreu alterações de minha parte e trata-se de uma escrita de autoria da aluna Betina Reimer Bradfield, do 11º ano.
Expansão Marítima
Agora já não se falava mais tanto sobre a Revolução de Avis, ocorrida em 1385 em Portugal, onde houve, pela primeira vez, um Rei com poder sobre a nobreza e a ter uma aliança com os burgueses. A aproximação entre a monarquia e os burgueses se tornou algo comum. O rei estava com o poder absoluto e tinha uma aliança com os burgueses, que pagam impostos para este em troca de seu apoio comercial. O rei já havia enviado vários navios à África e incentivado a criação e a manutenção de colônias. As pessoas, agora, em 1498, já haviam até se acostumado com a notícia da tomada de Ceuta pelos portugueses em 1415, que fora considerado o marco inicial da expansão marítima.
João estava se despedindo de sua esposa, pois, agora, um navio comandado por Vasco da Gama iria finalmente alcançar as Índias. Os navios enviados anteriormente haviam alcançado pontos cada vez mais distantes do litoral da África. O último navio, comandado por Bartolomeu Dias, havia alcançado o extremo meridional da África, demonstrando a existência de uma passagem para outro oceano, o Índico.
A esposa de João, Rafaela, chorava desesperadamente, enquanto João tentava acalmá-la dizendo que tudo ficaria bem e que ele voltaria com vida. Ele dizia isto para tentar convencer a si mesmo, pois todos sabiam que a probabilidade de morrer na viagem, devido aos perigos desconhecidos do mar, problemas de higiene e má alimentação era muito grande.
João e Rafaela eram pessoas humildes, Rafaela dona-de-casa e João um soldado. O cotidiano deles em Portugal era sofrido, mas nada comparado aos dramas vividos a bordo. Rafaela estava muito triste, pois havia acabado de descobrir que ela e João teriam uma criança, e não estava preparada emocionalmente, nem financeiramente para tal presente.
Sem dúvida o comércio no último século havia aumentado significativamente, vários navios haviam voltado com diversas mercadorias e Lisboa era um importante entreposto comercial. Sem falar na instalação de feitorias na costa da África, onde os portugueses realizavam o périplo africano em busca de uma nova rota para chegar às Índias. Também fora com essas instalações que começara a escravidão.
Porém, apesar de tudo isso, o enriquecimento do reino português era apenas aparente. Além de contar com escassos recursos humanos e materiais, era dependente financeiramente em relação a outros centros. Assim, o lucro vindo do processo de expansão marítima acabou sendo transferido, portanto, para outros centros europeus como Holanda e Itália, devido a essa dependência ou gastos pela Coroa.
João e Rafaela se dirigiram ao porto de Lisboa, onde os navios de Vasco da Gama iriam partir daqui há pouco. Os dois deram um último abraço apertado e, de dedos cruzados, João prometeu a Rafaela que daqui a pouco estaria de volta.
Já fazia muito tempo que João estava fora, a barriga de Rafaela estava, agora, bem aparente. Finalmente, voltaram os navios de Vasco da Gama com a incrível notícia de que haviam descoberto a costa oeste da Índia, e que a Espanha havia o feito logo depois, tornando-se a segunda monarquia europeia a fazê-lo.
Rafaela esperava ansiosa no porto, mas nada de João aparecer. Ela não se conformava que algo pudesse ter ocorrido com ele. Quando começou a escurecer ela resolveu, destruída, voltar para casa.
Dois anos depois, partiu a primeira grande frota destinada a fazer comércio com o Oriente, comandada por Pedro Álvares Cabral. Rafaela, com seu filho no colo, observava com tristeza a despedida de casais no porto. Quando os navios voltaram, viera a notícia da chegada ao litoral do novo continente, na costa do território que viria a ser o Brasil, junto com a notícia de que mais esposas estavam viúvas.
Betina Reimer Bradfield, 11ªA.
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