Em 1434, após diversas tentativas, Gil Eanes, como vocês sabem, conseguiu finalmente atravessar o Cabo do Bojador. Uma verdadeira façanha, pois naquela região as correntes marítimas e ventos contrários eram terríveis, além dos frequentes nevoeiros. Acreditava-se que ali era a temida entrada do Mar Tenebroso.
Outros afirmavam tratar-se da "beirada do mundo", onde correntes terríveis lavariam as embarcações para o abismo. Diziam que aquele que se arriscasse além do Bojador nunca mais retornaria.
Gil Eanes não só atravessou o Cabo do Bojador, como descobriu que do outro lado não havia mistério nenhum, e sim algumas riquezas. Logo retornou com a boa nova de que, para efeitos de navegação, o mundo não acabava ali. Outras partes do continente africano passaram a figurar nos mapas europeus.
O infante D. Henrique ordenou então que suas caravelas fossem armadas para a paz e para a guerra a Guiné, em busca de cristãos e especiarias. Cristãos porque o infante desejava encontrar o lendário reino cristão de Preste João, que se imaginava estar situado na "Índia africana" (Etiópioa), para uma aliança contra os muçulmanos. Especiarias porque procurava um acesso a esses produtos sem passar pelos inconvenientes mercadores chineses, árabes, persas e genoveses que controlavam as rotas tradicionais.
Este post é dedicado aos meus bravos alunos-estudantes, que pesquisaram sobre o Cabo do Bojador, atendendo a um pedido deste professor-blogueiro!
O texto acima foi adaptado do livro "Ritmos da História", do historiador Flávio de Campos, professor do Departamento de História da Universidade de São Paulo, e de quem tive o prazer de ser aluno.
3 comentários:
Hélio, muito interessante o texto que você postou, pois retrata a tragetória que Gil Eanes fez para conseguir atravessar o Cabo do Bojador...
Abraços
Luiza M.
Olá Luiza,
O texto faz um pouco mais do que retratar a façanha de um navegador: "Gil Eanes não só atravessou o Cabo do Bojador, como descobriu que do outro lado não havia mistério nenhum, e sim algumas riquezas."
Gosto de pensar que os textos são como travessias executadas, quando nos apropriamos deles! São experiências transformadoras que podem revelar mistérios e mares nunca antes navegados. Podem, enfim, conter riquezas.
Que bom que você gostou do texto. Melhor ainda quando resolveu arriscar alguma escrita.
Venha sempre!
Abraço.
Oi helio
interessante onde fica o "bojador" que criou uma baita repercussao na recuperaçao do sabado
abraços
Fernando 7F
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